INSTRUÇÃO NORMATIVA SDA Nº
48, DE 12 DE AGOSTO DE 2002
O SECRETÁRIO DE DEFESA
AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no
uso da atribuição que lhe confere o art. 83, inciso IV, do Regimento
Interno da Secretaria, aprovado pela Portaria Ministerial nº 574, de 8 de
dezembro de 1998, e o que consta do Processo nº 21000.007323/2001-93,
resolve:
Art. 1o Aprovar o
Regulamento Técnico de Equipamentos de Ordenha de Dimensionamento e
Funcionamento, conforme consta dos Anexos desta Instrução Normativa.
Art. 2º Esta Instrução
Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
ANEXO I
REGULAMENTO TÉCNICO DE
EQUIPAMENTOS DE ORDENHA DIMENSIONAMENTO E
FUNCIONAMENTO
1. Alcance
1.1. Objetivo:
Este regulamento foi
desenvolvido em resposta à necessidade por especificações mínimas para
as instalações de equipamentos de ordenha (ordenhadeiras) dimensionamento
e funcionamento. Os requisitos básicos para a construção e desempenho dos
equipamentos de ordenha para animais são determinados pela fisiologia do
animal e a necessidade por um padrão de alta qualidade do leite e higiene.
Além disso, o equipamento tem que ser eficaz, fácil e seguro de ser usado
e testado.
Uma vez que a maior parte dos
equipamentos de ordenha depende de fornecimento de energia elétrica pública
que, ocasionalmente, apresenta falhas, métodos alternativos para se operar
a máquina nestas emergências devem ser instalados.
É importante projetar e
instalar o equipamento de forma que os níveis de ruído no estábulo ou na
sala de ordenha e nas vizinhanças sejam os mais baixos possíveis e satisfaçam
as exigências da legislação nacional.
O equipamento de ordenha (ordenhadeiras)
e a ligação das instalações de armazenamento do leite na fazenda devem
ser projetados e mantidos de forma a minimizar a turbulência, formação de
espuma, ou agitação, assim reduzindo o dano físico à gordura do leite e
ao desenvolvimento de ácidos graxos livres.
Outras exigências de segurança
e higiene serão cobertas pela legislação que estará sujeita a outras
Regulamentações Nacionais.
1.2. Âmbito de aplicação
Este Regulamento Técnico
especifica as exigências mínimas de dimensionamento e funcionamento de
equipamentos de ordenha (ordenhadeiras). Também especifica exigências de
materiais e instalações.
Aplica-se a equipamentos de
ordenha (ordenhadeiras) destinados a ordenhar vacas e búfalas. As exigências
qualitativas também se aplicam a instalações para ordenha de ovelhas e
cabras ou outros mamíferos utilizados para a produção de leite.
Não se espera que este
Regulamento seja aplicável a todos os tipos de instalações com características
especiais de projeto que estejam (ou possam estar) disponíveis, tais como:
- extração de leite sem
pulsação;
- sistemas de bombas de pulsação;
- pequenas instalações móveis
que tenham uma bomba de vácuo individual para cada unidade;
- ordenhadeiras com
transporte separado de vácuo e leite;
- instalações de ordenha
com sistemas de pulsação de ar comprimido ou outras características
especiais de pulsação.
2. Referências
- BRASIL. Ministério da
Agricultura. RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de
Produtos de Origem Animal. Decreto nº 30.691, de 29/03/52. Brasília:
Ministério da Agricultura, 1952.
- BRASIL. Ministério da
Justiça. Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Lei nº 8.078, de
11/09/90. Brasília: Ministério da Justiça, Departamento de Proteção e
Defesa do Consumidor, 1997
- BRASIL. Ministério da Saúde.
Regulamento Técnico sobre Embalagens e Equipamentos Elastoméricos em
Contato com Alimentos. Resolução ANVISA nº 123, de 19/05/01. Brasília:
Ministério da Saúde, 2001.
- BRASIL. Ministério da Saúde.
Regulamento Técnico-Critérios Gerais e Classificação de Materiais para
Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos. ResoluçãoRDC
ANVISA nº 91, de 11/05/01. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
- BRASIL. Ministério da Saúde.
Regulamento Técnico sobre Embalagens e Equipamentos Metálicos em Contato
com Alimentos. Portaria nº 28, de 18/03/96. Brasília: Ministério da Saúde,
1996.
- BRASIL. Ministério da Saúde.
Regulamento Técnico sobre Embalagens e Equipamentos de Vidro e Cerâmica em
Contato com Alimentos, e não metálicos. Portaria nº 27, de 13/03/96. Brasília:
Ministério da Saúde, 1996.
- ISO 228-1:1994, Roscas de
tubos onde as juntas estanques não são feitas nas roscas-Parte 1: Dimensões,
tolerâncias e designações.
- ISO 3918: Instalações de
Ordenhadeiras - Vocabulário.
- ISO 4288: Especificação
Geométrica de Produto (GPS)-Textura da superfície: Método do
perfil-Regras e procedimentos para a avaliação da textura da superfície.
- ISO 5707:1996.
- ISO 6690: Instalações de
Ordenhadeiras-Testes mecânicos.
- ISO/TR 12100-1:1992,
Segurança do equipamento - Conceitos básicos, princípios gerais para o
projeto - Parte 1: Terminologia básica, metodologia.
- ISO/TR 12100-2:1992,
Segurança do equipamento - Conceitos básicos, princípios gerais para o
projeto Parte 2: Princípios técnicos e especificações.
3. Descrição
O presente regulamento
aplica-se a equipamentos de ordenha destinados a ordenhar vacas e búfalas.
As exigências qualitativas também se aplicam a instalações para ordenha
de ovelhas e cabras ou outros mamíferos utilizados para a produção de
leite. Este Regulamento é equivalente ISO 5707:1996.
3.1. Definições
Para os fins deste
Regulamento aplicam-se as definições contidas no Anexo II e as seguintes:
3.1.1. equipamento auxiliar:
todo equipamento acionado pela mesma fonte de vácuo usada para a extração
de leite, mas não diretamente usado para extrair leite de um animal.
3.2. Geral
3.2.1. Ensaios de referência
As exigências deste
Regulamento, com referência às características estabelecidas pelos
ensaios mecânicos, são baseadas nos testes descritos no Anexo III que,
conseqüentemente, serão aplicadas na verificação do cumprimento deste
Regulamento.
nota: o desempenho de uma
instalação que esteja incorporando características especiais de projeto
é, freqüentemente, difícil de ser determinado sob condições de testes
estáticos e deverá ser comprovado com testes dinâmicos. As características
especiais de desempenho, que não são cobertas pelas exigências deste
Regulamento, devem ser descritas e especificadas pelo fabricante no manual
de instrução.
3.2.2. Acesso para aferições
Pode-se ter acesso aos pontos
de conexão identificados abaixo desmontando-se as partes do equipamento de
ordenha.
3.2.2.1. Um ponto de conexão
deve ser fornecido, com a finalidade de permitir a aferição da reserva
efetiva, da eficiência da regulagem e da perda do regulador:
- para as ordenhadeiras
canalizadas: na unidade final ou perto desta, acima do aerador;
- para as ordenhadeiras com
garrafão medidor de leite: no aerador, ou perto do aerador na tubulação
de vácuo de ordenha;
- para as ordenhadeiras móveis,
ou balde ou latão ao pé: entre o sensor do regulador e a primeira tomada
de vácuo.
Este ponto de conexão
corresponde ao ponto A1 do Anexo II: ¾ , figuras 1, 2 e 3.
Em ordenhadeiras móveis e
ordenhadeiras balde ou latão ao pé, o ponto de conexão A1 é também
usado para aferir a perda da tubulação de vácuo.
A conexão deverá ter o
mesmo diâmetro interno da tubulação de vácuo ou 48 mm, tomando o que for
menor.
3.2.2.2. Com a finalidade de
permitir a conexão de um medidor de fluxo de ar para medir a perda do
sistema de leite e a perda da tubulação de vácuo em ordenhadeiras
canalizadas e ordenhadeiras com medidor de leite, deve-se colocar um T na
tubulação de vácuo, entre o aerador e a bomba de vácuo, de forma que o
eixo da ramificação fique acima do eixo da tubulação. A ramificação do
T deverá ter o mesmo diâmetro interno da tubulação de vácuo ou 48,5 mm,
tomando o que for menor.
Veja ponto de medição A2 no
Anexo II, Figuras 2 e 3.
3.2.2.3. Pontos de conexão
adicionais deverão ser fornecidos para a medição do nível de vácuo:
no ponto A1 (Vm) ou na direção
oposta ao fluxo;
perto do ponto de medição
do regulador (Vr); e
perto da entrada da bomba de
vácuo (Vp).
Veja pontos de medição Vm,
Vr e Vp no Anexo II, Figuras 1, 2 e 3.
notas:
(1) O ponto de conexão em A1
ou acima de A1, é denominado Vm. Em uma ordenhadeira canalizada, Vm pode
ser qualquer ponto do sistema de ordenha na unidade final ou acima desta. Em
uma ordenhadeira com garrafão medidor de leite, Vm pode ser na tubulação
de vácuo de ordenha ou no garrafão medidor conveniente mais próximo. Em
uma ordenhadeira móvel, Vm pode ser combinado com o ponto de conexão Vr ou
a tomada de vácuo conveniente mais próxima.
(2) Estes pontos de conexão
deveriam ficar a uma distância de, pelo menos, cinco vezes o diâmetro do
tubo, de qualquer curva, ponto de entrada de ar ou outro acessório que crie
turbulência no ar.
3.2.2.4. Um ponto de conexão
adequado deve ser fornecido na tubulação do escapamento, perto da saída
da bomba de vácuo, com a finalidade de permitir a aferição da contrapressão
de descarga.
Este ponto de conexão
corresponde ao ponto Pe no Anexo II, figuras 1, 2 e 3.
3.2.2.5. Deve-se fornecer
meios para isolar a bomba de vácuo da instalação com a finalidade de
facilitar a medição da vazão da bomba de vácuo.
3.2.3. Segurança
As instalações satisfarão
as exigências de segurança relevantes fornecidas na ISO/TR 12100-1 e
ISO/TR 12100-2.
nota: os perigos
significativos que requeiram uma ação para redução de risco são:
perigos de compressão, cisalhamento e escorregamento, tropeço e queda; fenômeno
eletrostático e influências externas sobre equipamentos elétricos; ruído,
posturas não saudáveis, iluminação local inadequada e perigos causados
pela falha no fornecimento de energia ou problema no sistema de controle.
3.2.4. Limpeza
Deverá ser possível
verificar o sistema de limpeza e desinfecção instalado, em conformidade
com a especificação do fornecedor do sistema.
notas:
1) Os fatores críticos em um
sistema de limpeza de circulação são:
- projeto e instalação do
equipamento;
- volume de soluções usadas
no processo de limpeza e desinfecção;
- temperaturas mínimas das
soluções usadas no processo de limpeza e desinfecção;
- poder químico das soluções
de limpeza e desinfecção;
- fluxo e distribuição das
soluções de limpeza e desinfecção por toda a instalação.
2) É recomendável uma
velocidade de 7 m/s a 10 m/s para a limpeza das tubulações com formação
de tampões.
3) Espera-se que qualquer
procedimento de limpeza e desinfecção recomendado proporcione:
- superfícies de contato com
o leite visivelmente livres de resíduos de leite e outros depósitos;
- superfícies livres de resíduos
indesejáveis de produtos químicos usados na limpeza e desinecção; e
- reduza o número de bactérias
viáveis a um nível aceitável.
3.2.5. Material
Todos os componentes que estão
submetidos a vácuo serão projetados e construídos de forma a resistir a
um vácuo mínimo de 90 kPa, sem deformação permanente do mesmo.
Os materiais que podem
envolver perigo se forem danificados, tais como vidros, serão projetados
usando-se um fator de segurança de 5 contra a pressão externa (exemplo 5 x
90 kPa).
Todos os materiais em contato
com o leite ou em soluções de limpeza, quer sejam usados para componentes
rígidos (por exemplo: baldes, canalizações ou garrafões medidores) ou
componentes flexíveis (por exemplo: anéis das juntas e teteiras), deverão
ser construídos de forma a resistir a temperatura máxima usada no sistema,
conforme especificada nas instruções. Além disso, os referidos materiais,
quando usados em conformidade com as recomendações do fabricante, não
deverão modificar a coloração do leite.
Todas as superfícies em
contato com o leite deverão ser livres de saliências ou fissuras. Todas as
superfícies metálicas em contato com o leite, exceto com referência às
costuras das soldas, terão uma rugosidade Ra, inferior ou igual
a 2,5 mm,
quando testadas em conformidade com a ISO 4288. A Ra, em costuras
soldadas não deverá exceder 16 mm.
Cobre ou ligas de cobre não
deverão ser usadas em nenhuma das partes da instalação que possa entrar
em contato com o leite ou os fluidos de limpeza e desinfecção outros que não
água.
nota: os materiais que possam
entrar em contato com os fluidos de limpeza e desinfecção, em concentrações
de uso normal, devem ser adequados para tal contato. Os materiais que também
entrarem em contato com o leite devem ser feitos de materiais resistentes,
tanto à gordura do leite quanto às soluções de limpeza e desinfecção.
3.2.6. Instruções de uso e
manutenção
O instalador deverá fornecer
instruções escritas pelo fabricante:
- procedimentos operacionais;
- procedimentos de limpeza e
desinfecção do equipamento, incluindo consumo de água;
- a temperatura máxima à
qual o equipamento pode ser limpo e desinfetado; e
- os produtos químicos
recomendados.
Instruções também devem
ser dadas para reparos de rotina, incluindo a substituição de peças
individuais.
As instruções deverão ser
por escrito na língua oficial do país.
No mínimo, os seguintes
detalhes devem ser fornecidos:
a) o nível de vácuo
nominal;
b) a vazão da bomba de vácuo
e a freqüência de rotação a 50 kPa;
c) a reserva efetiva, ou
indicação de intervalo de tolerância;
d) o número máximo de
unidades ou o fluxo máximo de leite por inclinação da tubulação de
leite;
e) vazão da bomba de leite a
um vácuo de trabalho de 50 kPa e uma pressão de transferência de 20 kPa;
f) o consumo de ar do
equipamento auxiliar acionado a vácuo, durante o fluxo máximo de leite;
g) a freqüência de pulsação
e a relação de pulsação.
Caso se pretenda que o usuário
faça ajustes, o fabricante deverá fornecer instruções para estes
ajustes. Se ferramentas especiais forem necessárias, as mesmas deverão ser
fornecidas junto com o equipamento.
3.3. Bombas de vácuo
A bomba de vácuo deverá ser
capaz de satisfazer as exigências operacionais (ordenha e limpeza) da
instalação de ordenha, e também as exigências de outros equipamentos,
que estejam operando simultaneamente ou intermitentemente durante a ordenha
e que necessitem de uma demanda de ar.
Nota: Além de satisfazer as
exigências operacionais, a bomba de vácuo deverá ter vazão suficiente de
forma que a queda de vácuo dentro ou perto da unidade final não exceda 2
kPa durante o curso da ordenha normal, incluindo acoplamento, queda e remoção
do conjunto de ordenha e deslizamento da teteira.
Para calcular a vazão da
bomba, veja os exemplos constantes do Anexo A. A vazão deverá ser medida
em conformidade com o Anexo III, subcláusula 4.3.
Caso mais de uma bomba sejam
instaladas, deverá ser possível isolar a(s) bomba(s) que não estiver (em)
em uso.
3.3.1. Reserva efetiva
O equipamento deverá ter uma
reserva efetiva mínima determinada, em conformidade com a tabela 1, para
instalações equipadas com válvula de fechamento automático nas unidades
de ordenha.
Para equipamentos sem válvulas
de fechamento automático nas unidades de ordenha, a reserva efetiva mínima
constante da tabela 1 deverá ser aumentada em 80 l/min para ordenhadeiras
balde ou latão ao pé e em 200 l/min para os demais tipos de ordenhadeiras.
A reserva efetiva será
medida em conformidade com o Anexo III, subcláusula 4.2.
O Anexo A fornece exemplos da
reserva efetiva mínima calculada em conformidade com a tabela 1, junto com
o cálculo das tolerâncias. Subseção (Nível 3)
Tabela 1
Reserva efetiva mínima com válvula
de fechamento automático na unidade de ordenha
Número de unidades N
|
Reserva efetiva mínimo(1),
em l/min de ar livre
|
Canalização de
ordenha e garrafão
|
Balde ou latão ao pé
|
2 £
n £
10
> 10
|
200 + 30n
500 + 10 (n+10)
|
80 + 25n
330 + 10 (n+10)
|
1) Mais acréscimo para equipamentos
auxiliares em conformidade com a cláusula 17.
|
3.3.2. Influência da
altitude
Para instalações em
altitudes inferiores ou iguais a 300 m, assumir-se-á uma pressão atmosférica
de 100 kPa, para fins de cálculo da reserva efetiva, em conformidade com o
item 3.3.1.
Para satisfazer as exigências
em altitudes superiores a 300 m, dever-se-á instalar uma bomba de vácuo
com vazão aumentada, conforme fornecida pelo cálculo em A5.
3.3.3. Escapamento
O escapamento não deverá
ser obstruído por curvas vivas, T´s ou silenciadores projetados de forma não
adequada.
Um separador de óleo será
adaptado à canalização de descarga de bombas de vácuo lubrificadas a óleo.
O escapamento deverá ter uma inclinação contínua a partir da bomba a vácuo
ou um sifão de umidade, com dispositivo para drenagem.
NOTA: o escapamento não
deverá descarregar em uma sala fechada, onde gêneros alimentícios sejam
armazenados ou processados, nem onde pessoas ou animais possam estar
presentes.
3.3.4. Prevenção de fluxo
reverso através da bomba de vácuo
Meios automáticos devem ser
fornecidos com a finalidade de evitar o fluxo reverso de ar de descarga
através da bomba de vácuo.
3.3.5. Localização
A bomba de vácuo deverá
ficar localizada de forma que a queda de vácuo na tubulação de vácuo
satisfaça as exigências do item 3.6.3. A bomba de vácuo deverá ser
instalada de forma que sua rotação, vazão e nível de vácuo possam ser
aferidos.
Nota: A bomba de vácuo deve
estar isolada da sala de ordenha e da sala de leite em um local bem
ventilado.
3.3.6. Marcação
A bomba de vácuo deverá ser
identificada de forma legível e permanente, com as seguintes informações:
a) direção de rotação;
b) rotação e potência
necessária em quilowatts; (Obs. "cv" (cavalo-vapor) não se
recomenda através do sistema InterBrasileira, o recomendável é
"w" --- 1 cv= 735,5 w);
c) vazão de vácuo a 50 kPa,
expressa como o ar livre à pressão atmosférica de 100 kPa;
d) o tipo e identificação,
por exemplo número de série ou código;
e) o lubrificante
recomendado, se usado;
f) o nome do fabricante ou
fornecedor.
O fabricante da bomba também
deverá especificar a contrapressão máxima de descarga permissível,
medida em conformidade com o Anexo III, subcláusula 4.4.
3.4. Montagem do regulador
O regulador deverá ser
montado de forma rígida e em conformidade com as especificações do
fabricante.
Nas ordenhadeiras com garrafão
medidor de leite e ordenhadeiras canalizadas, o sensor do regulador deverá
estar conectado entre o depósito de segurança e a unidade final, ou na
unidade final.
Nota: Somente sensores
projetados de forma a satisfazer as exigências de higiene podem ser
colocados no aerador ou na unidade final, ou entre os dois.
Em equipamentos como baldes
ou latão ao pé, o sensor do regulador deverá ser conectado entre o depósito
de segurança e a primeira conexão da tubulação de vácuo, ou no depósito
de segurança.
Notas:
(1) O regulador deve estar
instalado em um local e de forma a minimizar ruídos para o(s) operador(es)
e garantir que ar limpo entre no regulador.
(2) O sensor do regulador
deve estar tão perto quanto possível do aerador ou, quando não houver
aerador, da primeira unidade de ordenha.
3.4.1. Sensibilidade da
regulagem
O(s) regulador(es) deverá(ão)
controlar o nível de vácuo de forma que, quando testados em conformidade
com o Anexo III:¾ , subcláusula 4.5, o aumento do nível de vácuo não
exceda 1 kPa.
3.4.2. Eficiência da
regulagem
A perda total da regulagem,
quando testada em conformidade com o Anexo III:¾ , subcláusula 4.6, não
deve exceder 35 l/min de ar livre ou 10% da reserva manual, tomando o que
for maior.
3.4.2. Perda do regulador
A perda total de ar através
do regulador ou reguladores, quando testados em conformidade com o Anexo
III, subcláusula 4.7, não deve exceder 35 l/min de ar livre ou 5% da
reserva manual, tomando o maior dos dois valores, a um nível de vácuo de 2
kPa abaixo do vácuo de trabalho no ponto de medição do regulador.
3.4.3. Marcação e
especificação
O regulador deverá ser
identificado de forma legível e permanente, com a seguinte informação:
a) nome do fabricante ou
fornecedor;
b) marca e tipo;
c) intervalo de nível de vácuo
de trabalho projetado;
d) vazão de ar a 50kPa,
expressa como ar livre a uma pressão atmosférica de 100 kPa.
O fabricante do regulador
também deverá especificar a vazão de fluxo de ar nas extremidades
superior e inferior da faixa de vácuo de trabalho projetada.
3.5. Vacuômetro
3.5.1. Geral
Acima de uma faixa de vácuo
de 20 kPa a 80 kPa, o vacuômetro deverá indicar intervalos de 2kPa ou
menos. Quando montado e calibrado, o erro medido em conformidade com o Anexo
III, subcláusula 4.8, não deve exceder 1 kPa ao nível do vácuo de
trabalho.
notas:
(1) O vacuômetro de classe
de precisão 1,6 que é calibrado in loco, satisfaz esta exigência.
(2) A classe de precisão é
o erro máximo permissível, expresso como uma porcentagem da faixa de pressão
para a calibragem.
3.5.2. Montagem
O vacuômetro deverá ser
montado em conformidade com as instruções do fabricante, entre o regulador
e a primeira unidade do equipamento, e em um local onde possa ser lido
durante a ordenha. A rosca na conexão de calibragem deverá satisfazer as
exigências da norma ISO 228-1.
Nota: Como regra geral, o
vacuômetro deve ser visível do local onde a máquina é acionada. Mais de
um vacuômetro pode ser necessário.
3.6. Tubulação de vácuo
3.6.1. Geral
Quando instaladas, as tubulações
de vácuo deverão ser fixadas de forma rígida, e todas as seções deverão
ter válvulas autodrenantes. Quando uma tubulação de vácuo fizer parte do
circuito de limpeza, o material usado deverá satisfazer o item 3.2.4.
As curvas deverão ter um
raio central mínimo de 45 mm.
3.6.2. Limpeza
Para facilitar a limpeza das
tubulações de vácuo, as mesmas devem conter torneiras de enxágüe,
tampas ou tampões removíveis. Circuitos em anel devem ser providos de uma
válvula ou outro dispositivo para controlar a direção de fluxo e garantir
a completa lavagem quando o sistema for limpo.
3.6.3. Diâmetro interno e
fluxo de ar
Quando determinado em
conformidade com o Anexo III:¾ , subcláusula 4.12:
- a queda de vácuo entre a
bomba de vácuo e o ponto de medição no ponto de conexão A1 ou perto
deste, não deverá exceder 3 kPa;
- a queda de vácuo entre o
ponto de medição no regulador e o ponto de teste na unidade final ou perto
deste, não deverá exceder 1 kPa; e
- a queda de vácuo entre o vácuo
de trabalho no ponto de medição no ponto de conexão A1 ou perto deste, e
o vácuo médio da câmara de pulsação não deverá exceder 2 kPa.
Nota: como uma orientação
para o projeto, as tubulações de vácuo e o sistema devem ser projetados
para uma queda de vácuo inferior a 2kPa entre a bomba de vácuo e a unidade
final.
O Anexo B fornece diretriz
para o diâmetro interno necessário nas tubulações de vácuo, com base na
queda de vácuo especificada e no comprimento efetivo do sistema de canalização,
a um determinado fluxo de ar médio.
3.6.4. Perda
Quando determinada em
conformidade com o Anexo III, subcláusula 4.9, a perda dentro do sistema de
tubulação de vácuo não deverá exceder 5% da vazão da bomba.
3.7. Depósito de Segurança
e Aerador
3.7.1. Depósito de segurança
Um depósito de segurança
deverá ser colocado logo após a bomba de vácuo, entre a bomba de vácuo e
o regulador.
Não deverá haver nenhuma
conexão intermediária na tubulação de vácuo entre o depósito de
segurança e a bomba de vácuo, exceto quando necessário para fins de teste
ou conexão de uma válvula de segurança.
Nota: Uma válvula de segurança
pode ser colocada com a finalidade de proteger a bomba de efeitos de altos níveis
de vácuo causados pela ativação da válvula de fechamento de vácuo no
depósito de segurança.
O diâmetro interno da
entrada e da saída do depósito de segurança não deverá ser inferior ao
diâmetro das tubulações de vácuo. O depósito de segurança deverá ter
um fechamento de vácuo operado pelo nível do líquido e deverá ser
fornecido com componentes de drenagem automática. Em equipamentos fixos, o
depósito de segurança deverá ter um volume efetivo mínimo de 15 l,
conforme medido de acordo com o Anexo III, cláusula B.1.
Nota: O volume efetivo deve
ser adequado de forma a facilitar a lavagem da tubulação de vácuo
principal e deve ser determinado em função do tamanho das tubulações de
vácuo.
O depósito de segurança
deverá ter uma abertura com a finalidade de facilitar a inspeção e
limpeza.
3.7.2. Aerador
Exceto quando os sistemas de
vácuo e pulsação fazem parte do sistema de limpeza e desinfecção de
circulação rotineira, um aerador deverá ser colocado nas ordenhadeiras
canalizadas e nas ordenhadeiras com garrafão medidor de leite com a
finalidade de formar a conexão entre o receptor da unidade final e o
sistema de vácuo.
O aerador deverá
proporcionar a drenagem e deverá ser equipado com uma válvula ou
dispositivo de fechamento operado pelo nível do líquido.
O fabricante deverá
especificar o volume efetivo do aerador, medido em conformidade com o Anexo
III, cláusula B.2.
Qualquer transporte de
impurezas deverá ser passível de detecção, por exemplo, pelo uso de seções
transparentes.
Nota: uma vantagem para o
operador é o aerador estar situado ao lado da unidade final e dentro do
campo de visão durante a ordenha.
Onde não houver provisão
para a limpeza Cleaning in Place (CIP) do(s) aerador(es), da(s) unidade(s)
final(is) e da tubulação de vácuo da unidade final, esta tubulação
deverá ser projetada para fazer a drenagem na direção do(s) aerador(es).
3.8. Sistema de pulsação
A freqüência de pulsação,
a relação de pulsação e as fases deverão ser medidas em conformidade
com o Anexo III, subcláusula 4.11.
3.8.1. Dados técnicos
O fabricante deverá fornecer
os seguintes dados:
a) freqüência de pulsação
e relação de pulsação a um vácuo nominal e temperatura especificada;
b) faixa de temperatura na
qual a freqüência de pulsação permanecerá dentro de ± 3 ciclos/min;
c) faixa de temperatura na
qual os pulsadores podem ser operados;
d) variação da freqüência
de pulsação dentro desta faixa;
e) registros típicos do vácuo
da câmara de pulsação para um determinado conjunto de ordenha;
f) consumo de ar com um
determinado conjunto de ordenha conectado sob condições específicas de
operação;
g) fluxo de ar projetado
medido no ponto de montagem do pulsador.
3.8.2. Freqüência de pulsação
A freqüência de pulsação
não deverá apresentar um desvio superior a ± 3 ciclos/min em relação
aos valores fornecidos pelo fabricante.
3.8.3. Relação de pulsação
A relação de pulsação não
deverá apresentar um desvio superior a ± 5 pontos percentuais em relação
aos valores fornecidos pelo fabricante. As relações de pulsação de todos
os pulsadores de um mesmo equipamento não deverão variar de um para outro
em mais de 5 pontos percentuais.
Dentro de um conjunto de
ordenha, nenhum copo de teteira pode variar da outra em mais de 5%, exceto
quando o conjunto de ordenha for projetado para proporcionar diferentes relações
entre os quartos dianteiros e traseiros.
3.8.4. Fases de pulsação
A fase "b" não
deverá ser inferior a 30% de um ciclo de pulsação. A fase "d" não
deverá ser inferior a 15% de um ciclo de pulsação e não deverá ser
inferior a 150 ms.
A queda de vácuo durante a
fase "b" não deverá ser superior a 4 kPa abaixo do vácuo médio
da câmara de pulsação, e o vácuo durante a fase "d" não deverá
exceder 4 kPa.
3.9. Sistema de leite
3.9.1. Perda
A perda dentro das tubulações
de leite, garrafões medidores, unidades finais e acessórios da instalação
não deverá exceder 10 l/min, mais 1 l/min por entrada de leite em um
equipamento canalizado em estábulo, quando testada em conformidade com a
ISO 6690, subcláusula 5.10. Em salas de ordenha, a perda não deverá
exceder 10 l/min, mais um adicional máximo de 2 l/min por unidade.
3.9.2. Drenagem
Devem ser fornecidos meios
para a completa drenagem de todas as partes do sistema de leite.
3.9.3. Tomadas de leite e
entradas de leite
As tomadas de leite e as
entradas de leite não deverão causar nenhuma queda de vácuo adicional,
quando comparadas com uma determinada entrada de leite em linha reta,
testada em conformidade com o Anexo III, cláusula A.4.
As tomadas de leite e as
entradas de leite deverão ser instaladas na metade superior da tubulação.
3.9.4. Tubulações de leite
As tubulações de leite
deverão ser atóxicas e de um dos seguintes materiais:
a) tubulações em aço
inoxidável austenítico, com espessura mínima da parede não inferior a 1
mm e extremidades rebarbadas;
b) tubulações de vidro
resistentes ao calor, com espessura mínima da parede igual a 2mm;
c) qualquer outra tubulação
que satisfaça o item 3.2.5, excluindo-se o PVC.
Devem ser fornecidos meios
para a realização de inspeções do interior da tubulação de leite.
3.9.5. Projeto das tubulações
do leite
O diâmetro interno da tubulação
do leite deverá ser tal que a queda de vácuo entre a unidade final e
qualquer ponto da tubulação do leite não exceda 2 kPa, com todas as
unidades operando os fluxos de leite e ar projetados.
O diâmetro interno da tubulação
de leite pode ser determinado em conformidade com o anexo C.
Se a tubulação do leite for
instalada em forma de anel, então cada extremidade do anel deverá ter uma
conexão independente de igual diâmetro interno para o recipiente da
unidade final. Se vários anéis forem usados, duas extremidades podem ser
agrupadas, diretamente na frente da unidade final, formando uma única
tubulação que tenha uma área de seção transversal adequada, determinada
em conformidade com o anexo C, para os fluxos combinados de leite e ar.
Se a tubulação do leite for
montada acima do animal, o eixo não deverá estar mais de 2 m acima do nível
do solo onde está o animal.
As tubulações do leite
deverão ter uma queda contínua e uniforme para a unidade final, com um mínimo
de 2 mm por metro de tubulação. Equipamentos que possam causar obstrução
ou redução no vácuo, por exemplo, filtros não devem ser usados.
As ramificações da tubulação
do leite deverão ser orientadas na direção do fluxo de leite. O raio mínimo
do eixo para curvas deverá ser 75 mm.
A tubulação do leite não
deverá ter alargamentos ou estreitamento que possam obstruir o fluxo de
leite ou a drenagem.
Durante a ordenha, o ar deverá
ser deliberadamente admitido na tubulação do leite somente no conjunto de
ordenha, exceto quando este for necessário para a operação apropriada de
um medidor de leite ou outros dispositivos. Este consumo de ar deverá ser
então especificado pelo fabricante.
3.10. Ordenhadeiras balde ou
latão ao pé
3.10.1. Balde ou latão ao pé
O fabricante de balde ou latão
ao pé deverá especificar volume do recipiente, medido em conformidade com
o Anexo III, cláusula B.4.
Uma válvula de retenção
deverá ser colocada entre a tubulação de vácuo e o recipiente, de forma
que este possa ser movido para outra tomada de vácuo sem perder o vácuo.
O fabricante deverá
especificar o comprimento e o diâmetro interno da mangueira de vácuo.
A vazão na extremidade da
mangueira longa de leite deverá ser, no mínimo, 65 l/min quando testada em
conformidade com o Anexo III, subcláusula 4.13.
3.10.2. Tomadas de vácuo
A queda de vácuo na tomada não
deverá exceder 5 kPa com um fluxo de ar igual a 150 l/min de ar livre através
da tomada, medido em conformidade com o Anexo III, subcláusula 4.15.
As tomadas deverão ter
batentes para limitar as posições normalmente fechadas e normalmente
abertas. As tomadas deverão estar firmemente fixadas à canalização de
ar, para evitar o deslocamento em relação aos orifícios de entrada de ar
da tubulação. As juntas utilizadas não deverão obstruir a abertura da
tomada. As tomadas deverão estar conectadas à parte superior do tubo.
Para tomadas conectadas através
de um adaptador especial, o adaptador deverá ser considerado parte da
tomada.
3.11. Equipamento de medição
do leite
Nota: Para controle oficial
da produção, as exigências a serem satisfeitas são especificadas pela
Comissão InterBrasileira para Registro de Animais (ICAR).
3.11.1. Garrafões medidores
de leite
Garrafões medidores deverão
satisfazer as seguintes exigências:
a) o fabricante do garrafão
medidor deverá especificar o volume efetivo, medido em conformidade com o
Anexo III, cláusula B.4;
b) deverá ser possível a
inspeção interna do garrafão medidor, para verificar a limpeza;
c) o diâmetro interno da saída
não deverá ser inferior a 18 mm;
as entradas de leite deverão
satisfazer a exigência de queda de pressão especificada para entradas de
leite no item 3.9.3.
Notas:
1) As conexões devem ser
colocadas de forma a minimizar o risco de entrada de leite ou espuma no
sistema de vácuo.
2) Os garrafões medidores
devem ser projetados ou instalados com meios para garantir a distribuição
uniforme de fluidos de limpeza e desinfecção sobre a superfície interna
durante a limpeza, sem afetar desfavoravelmente, de forma adversa, o vácuo
no garrafão medidor durante a ordenha.
3.12. Conexões no sistema de
vácuo
Dispositivos adaptados à
mangueira de leite, incluindo mangueiras de conexão, não deverão causar
qualquer queda de vácuo adicional superior a 5 kPa durante um fluxo de
leite de 5 kg/min, comparada com a mesma unidade de ordenha, sem os
referidos dispositivos, quando medida em conformidade com o Anexo III, cláusula
A.2;
3.13. Mangueira do leite
Deverão ser fornecidos meios
para evitar o achatamento da mangueira do leite devido a puxões ou
constantes arrastamentos na entrada do leite.
O diâmetro interno não
deverá ser inferior a 12,5 mm. Para canalizações de ordenha em linha
alta, o diâmetro interno máximo da mangueira do leite deverá ser 16 mm.
O fabricante deverá
especificar o comprimento e o diâmetro interno da mangueira do leite e
deverá especificar o fluxo de ar na extremidade da mangueira do leite,
conforme descrito no Anexo III, subcláusula 4.13.
A mangueira do leite deve ser
a mais curta possível.
3.14. Conjunto de ordenha
O fabricante deverá
especificar o fluxo máximo de leite (em litros por minuto por conjunto de
ordenha) e também especificar as características de pulsação e admissão
de ar com a finalidade de satisfazer as condições de teste constantes do
Anexo III, cláusula A.3, exceto quando o vácuo na teteira for
deliberadamente variado através da admissão cíclica de ar, válvulas
unidirecionais ou outros meios para regular o vácuo na teteira.
Deverão ser fornecidos meios
para limitar a entrada de ar através do conjunto de ordenha ou teteira,
durante o acoplamento.
Nota: o vácuo na teteira
deve ser a base para todos os níveis de vácuo na ordenhadeira. Tanto as
experiências de pesquisa quanto as de campo indicam que um vácuo de
trabalho médio no coletor, dentro da faixa de 32 kPa a 42 kPa, durante o
período de ordenha e do fluxo máximo, e um bom nível de ajuste garantem
que a maior parte dos animais seja ordenhada rapidamente, de forma suave e
completa.
O vácuo nominal para uma
determinada instalação deve ser escolhido dependendo de fatores tais como:
- altura das entradas para a
tubulação de leite, garrafão medidor ou recipiente, em relação à
altura média do úbere;
- média da taxa de ordenha
do fluxo de leite máximo do rebanho;
- diâmetro interno e
comprimento da mangueira do leite;
- quaisquer restrições
adicionais para fluxo de leite e ar devido a conexões auxiliares na
mangueira do leite;
- a quantidade de admissão
de ar no coletor e
- as características de
pulsação e da teteira.
3.14.1. Copos de teteira
O copo e a teteira deverão
ser marcados de forma a identificar o fabricante e o tipo. As dimensões
internas do copo não deverão restringir a operação da teteira.
O fabricante deverá fornecer
os seguintes dados:
a) diâmetro do corpo da
teteira, quando montada nos copos de teteira, medido em um ponto a 75 mm do
bocal da teteira;
b) o diâmetro do bocal.
Para teteiras não
circulares, os diâmetros máximo e mínimo do corpo deverão ser
especificados.
A combinação da teteira e
do corpo deverá ser fornecida com meios para indicar se a teteira for
torcida ou meios para evitar que a teteira seja torcida dentro do copo.
Nota: para reduzir a
probabilidade de obstruções provocadas pelo leite na mangueira curta de
leite e impactos contra a teta, o diâmetro da mangueira curta de leite deve
ser, no mínimo, 10 mm e, se for cônica, o maior diâmetro deve estar perto
da parte inferior do copo.
3.14.2. Fechamento do vácuo
do coletor
Deverão ser fornecidos meios
para fechar o vácuo do coletor na teteira antes da remoção do conjunto de
ordenha.
A perda através da válvula
de fechamento de vácuo, quando está fechada, não deverá exceder 2 l/min,
medidas em conformidade com o Anexo III, subcláusula 5.1.
3.14.3. Orifício de admissão
de ar e perda para o conjunto de ordenha
A admissão total de ar em
cada conjunto de ordenha, proveniente do orifício de admissão de ar e da
perda de ar, não deverá exceder 12 l/min. O(s) orifício(s) de admissão
de ar deverão ter dimensões constantes e deverão admitir, no mínimo, 4
l/min de ar livre ao nível de vácuo de trabalho nominal.
A perda para dentro de cada
conjunto de ordenha com as teteiras fechadas e a válvula de fechamento de vácuo
aberta não deverá exceder 2 l/min. A admissão de ar e a perda de ar deverão
ser medidas e calculadas em conformidade com o Anexo III, subcláusula 5.2.
Nota: O orifício de admissão
de ar deve ser posicionado de forma a evitar turbulência desnecessária no
leite, para limitar a formação de ácido graxo livre.
3.15. Equipamentos auxiliares
Para todos os tipos de
equipamento que precisem de ar durante a ordenha ou limpeza, o fabricante
deverá especificar a demanda máxima de ar.
Quando os equipamentos
auxiliares não estiverem em operação durante o teste e não forem
operados por um sistema de vácuo independente, o fabricante dos referidos
equipamentos deverá especificar o acréscimo mínimo para a reserva efetiva
calculada.
3.16. Unidade final
Deverá ser possível
inspecionar o interior da unidade final para limpeza. A unidade final terá
um volume efetivo mínimo de 18 l, medido em conformidade com o Anexo III,
cláusula B.3.
Nota: A(s) entrada(s) da
unidade final deve(m) ser de forma tal que a excessiva formação de espuma
durante a ordenha seja evitada.
3.17. Dispositivo de transferência
3.17.1. Geral
Um dispositivo de transferência,
quando colocado no equipamento, deverá suportar o fluxo máximo de leite e
fluidos de limpeza e desinfecção que circulam pelo sistema.
Não deve haver nenhuma perda
de ar no dispositivo de transferência entre a unidade final e este
dispositivo. O fluxo de leite deste dispositivo para a unidade final deve
ser evitado. A perda no dispositivo deverá ser verificada em conformidade
com o Anexo III, subcláusula 4.14.
Nota: o dispositivo de
transferência deve ser capaz de transportar o leite sem formação indevida
de espuma, não causando danos ao leite.
3.17.2. Controle das bombas
de leite
A operação de uma bomba de
leite deverá ser controlada pela quantidade de leite na unidade final.
3.18. Tubulação de transferência
Em todos os pontos baixos,
deverão ser fornecidos meios para permitir a drenagem da tubulação de
transferência, dos filtros e de qualquer equipamento de resfriamento em
linha.
Quando o equipamento de
resfriamento em linha estiver colocado, deverão ser fornecidos meios,
preferivelmente automáticos, para cessar o fluxo de refrigerante durante o
ciclo de limpeza.
Se houver a necessidade de
realizar algum tipo de estreitamento da tubulação de transferência com a
finalidade de reduzir o fluxo de leite, a um nível adequado para sua
passagem pelo trocador de calor, ou quando este restringir o fluxo abaixo
daquele nível necessário para a limpeza e desinfecção, devem ser
fornecidos meios para abrir ou transpor o limitador durante o ciclo de
limpeza.
ANEXO A
VAZÃO DA BOMBA DE VÁCUO-RESERVA
EFETIVA MAIS TOLERÂNCIAS
A.1. Reserva efetiva
A reserva efetiva mínima
para ordenha, com base no item 3.3.1 e nas equações fornecidas na tabela
1, para diferentes números de unidades de ordenha entre 2 e 20, é
fornecida na tabela A.1. Para mais de 20 unidades de ordenha, as fórmulas
fornecidas na tabela 1 deverão ser usadas.
Tabela A.1 - Reserva efetiva mínima
para ordenha
Número de unidades de
ordenha
|
Reserva efetiva mínima
(1),
em l/min de ar livre
|
Ordenhadeiras
canalizadas e ordenhadeiras com balão/garrafão/medidor de leite
|
Ordenhadeiras balde ou
latão ao pé
|
com fechamento
|
sem fechamento
|
Com fechamento
|
sem fechamento
|
2
3
4
|
260
290
320
|
460
490
520
|
130
155
180
|
210
235
260
|
5
6
7
|
350
380
410
|
550
580
610
|
205
230
255
|
285
310
335
|
8
9
10
|
440
470
500
|
640
670
700
|
280
305
330
|
360
385
410
|
11
12
13
|
510
520
530
|
710
720
730
|
340
350
360
|
420
430
440
|
14
15
16
|
540
550
560
|
740
750
760
|
370
-
-
|
450
-
-
|
17
18
19
20
|
570
580
590
600
|
770
780
790
800
|
-
-
-
-
|
-
-
-
-
|
1) Adicione o ar
necessário para equipamentos auxiliares, em conformidade com o item
A.3.
|
A.2. Demanda de ar para
limpeza
As tubulações de leite e de
transferência são usualmente limpas por uma mistura de ar e solução de
limpeza transportada e agitada pela diferença de vácuo. Para se obter uma
limpeza eficaz, a velocidade de deslocamento deve ser de 7 m/s a 10 m/s.
Outros sistemas de limpeza
podem não precisar de uma maior vazão aumentada da bomba.
Quando os sistemas de limpeza
dependem da alta vazão da bomba para obter a velocidade do ar necessária
para produzir tampões para a limpeza, esta vazão, qlimpeza, em litros por
minuto, pode ser calculada por meio da fórmula:
qlimpeza
= (pd²
/ 4) x
v x
(pa – pw ) / pa
em que:
d = é diâmetro interno da
tubulação, em decímetros;
v = é a velocidade do ar e
do tampão na tubulação de leite, em decímetros por minuto;
pa = é a pressão
atmosférica real durante o teste, em kPa;
pw = é o nível
de vácuo quando da limpeza do sistema, em kPa.
A tabela A.2 fornece a vazão
de ar para algumas dimensões de tubulações de leite e níveis de vácuo
de trabalho a uma pressão atmosférica de 100 kPa. Também fornece o fluxo
de ar na tubulação, ao nível de vácuo na tubulação, a ser usado para cálculos
em instalações em altas altitudes.
Tabela
Demanda de ar para limpeza a
uma velocidade de 8 m/s e
sob pressão atmosférica de
100 kPa
Diâmetro interno da
tubulação de leite
Mm
|
Demanda de ar para
limpeza
l/min
|
Fluxo na tubulação
l/min
|
|
Nível de vácuo, kPa
|
|
40
|
45
|
50
|
|
34
|
261
|
240
|
218
|
436
|
36
|
293
|
269
|
244
|
488
|
38
|
326
|
299
|
272
|
544
|
40
|
362
|
332
|
301
|
603
|
44
|
438
|
401
|
365
|
729
|
48
|
521
|
477
|
434
|
868
|
50
|
565
|
518
|
471
|
942
|
60
|
814
|
746
|
678
|
1356
|
66
|
985
|
903
|
821
|
1641
|
73
|
1205
|
1104
|
1004
|
2008
|
98
|
2171
|
1990
|
1809
|
3619
|
NOTA: Para calcular a
demanda de ar para limpeza em altas altitudes, isto é, onde a pressão
atmosférica é inferior a 100 kPa, use a última linha da tabela
A.2 e multiplique o valor por (pa
– pw) / pa
|
A.3. Equipamentos auxiliares
Os equipamentos auxiliares
podem ser divididos em três grupos:
a) equipamentos que funcionam
continuamente durante a ordenha;
b) equipamentos que requerem
uma quantidade de ar por um curto período de tempo durante a ordenha;
c) equipamentos que só
operam antes ou após a ordenha.
Para equipamentos do tipo
definido no item "a", a demanda mínima de ar, de acordo com as
especificações do fabricante, em conformidade com a cláusula 3.15, deve
ser acrescentada quando do cálculo da vazão da bomba e reserva efetiva,
respectivamente.
Para equipamentos do tipo
definido no item "b", o equipamento auxiliar usa o mesmo
suprimento de vácuo simultaneamente com a extração de leite. Em muitos
casos, não é necessário levar estas demandas em consideração, já que o
equipamento auxiliar usado durante a ordenha consome apenas pequenas
quantidades de ar durante um curto período de tempo. Estes equipamentos
incluem os extratores automáticos de teteiras e portões automáticos.
Entretanto, estes equipamentos podem requerer um fluxo de ar instantâneo
alto, que deve ser considerado quando do dimensionamento da tubulação de vácuo.
Para os equipamentos do tipo
definido no item "c", não há necessidade de levar em consideração
sua capacidade quando do cálculo da vazão da bomba de vácuo.
A.4. Cálculo da vazão da
bomba de vácuo
A vazão da bomba de vácuo
deve ser capaz de retirar todo o ar do sistema de ordenha, quer seja vazão
de reserva, ar utilizado no funcionamento dos pulsadores, entradas de ar,
perdas ou qualquer outro uso.
A.4.1. Calcule a demanda para
todo o equipamento funcionando continuamente ou demandando ar durante a
ordenha e durante a limpeza, tais como pulsadores, entradas de ar e bombas
de leite operadas a vácuo. As unidades de ordenha e os pulsadores devem ser
considerados em operação contínua.
Verifique o fluxo de ar para
o equipamento que consome ar por um curto período de tempo.
A.4.2. Adicione a reserva
efetiva de A.1 com demanda do fluxo de ar durante ordenha de A.4.1.
A.4.3. Adicione o consumo de
ar para limpeza de A.2 com a demanda do fluxo de ar durante a ordenha A.4.4.
Tome o maior dos valores calculados em A.4.2 e A.4.3.
A.4.5. Adicione 10 l/min mais
2 l/min para cada unidade de ordenha fixa ou 1 l/min para cada tomada de
leite, para perdas dentro do sistema de leite, determinadas em conformidade
com o item 3.9.1.
A.4.6. Adicione perdas nas
tubulações de vácuo, que tenham sido determinadas em conformidade com o
item 3.6.4, especificando 5% da vazão da bomba considerada ou, se for
menor, o nível de perda considerado pelo fabricante.
A.4.7. Adicione a perda da
regulagem, em conformidade com as informações fornecidas pelo fabricante
ou aquelas determinadas de acordo com o item 3.4.2, especificando 10% da
reserva manual.
A.4.8. Calcule a queda de
pressão na tubulação de vácuo principal, em conformidade com o anexo B,
e adicione este valor ao nível de vácuo de trabalho desejado para o
sistema. Os valores obtidos para o fluxo de ar e nível de vácuo são as
bases para a escolha da bomba de vácuo.
A.4.9. Para níveis de vácuo
diferentes de 50 kPa ou condições ambientais diferentes daquelas normais
ao nível do mar, o fator H especificado na tabela A.3 deve ser usado como
um multiplicador para corrigir o fluxo de ar obtido.
Tabela A.3
Pressões atmosféricas padrões
(pa), e fatores de correção H para várias altitudes
Altitude
M
|
Pressão atmosférica
normal
ps
kPa
|
Fator de correção H
|
Nível de vácuo da
bomba (p)
KPa
|
40
|
45
|
50
|
< 300
|
100
|
0,80
|
0,89
|
1,00
|
de 300 a 700
|
95
|
0,84
|
0,94
|
1,07
|
de 700 a 1200
|
90
|
0,88
|
1,00
|
1,16
|
de 1200 a 1700
|
85
|
0,93
|
1,08
|
1,28
|
de 1700 a 2200
|
80
|
1,00
|
1,19
|
1,45
|
NOTAS
1) Estes valores são
baseados em uma eficiência volumétrica, h v, igual a
0,9, calculada por meio da seguinte fórmula:
h v = pmáx
/ pa
em que pmáx é
a depressão, em kPa, na entrada da bomba quando completamente
fechada, medida a uma pressão atmosférica pa.
2) pmáx
ou o valor da eficiência volumétrica pode ser obtido do
fabricante.
|
A.5. Determinação da vazão
da bomba de vácuo em função da altitude
Para a escolha de uma bomba
de tamanho adequado, a demanda de ar calculada tem que ser corrigida para
valores nominais de cada bomba.
Para selecionar o tamanho
correto da bomba, o fluxo de ar corrigido em A.4.9 tem que ser multiplicado
por H para permitir comparações com bombas calibradas à pressão atmosférica
ambiente de 100 kPa. O fator de correção, H, deverá ser calculado por
meio da fórmula:
H = ( pmáx - (pNps
/ pan)) / (pmáx - p)
em que:
pmáx = é o nível
de vácuo com a entrada da bomba completamente fechada durante o teste, em
kPa;
pN = é o nível
de vácuo nominal na entrada da bomba, em kPa;
ps = é a pressão
atmosférica padrão à altitude do sistema, em kPa;
pan = é a pressão
atmosférica nominal, em kPa;
p = é o nível de vácuo, na
entrada da bomba (real ou calculado), em kPa.
Notas:
Esta fórmula para determinação
de H é, em princípio, a mesma fórmula para a determinação de K1
e K2 no Anexo III: subcláusula 6.2.
Deve-se considerar também o
fato de que a potência máxima da maioria dos motores elétricos diminuirá
em altas altitudes, devido à diminuição na capacidade de resfriamento do
ar. Isto significa que um motor ficará mais quente e, portanto, permitirá
uma carga máxima menor. Esta informação pode ser obtida do fabricante do
motor.
A.6. Exemplo para a determinação
da vazão da bomba de vácuo
A.6.1. Dados
a) uma sala de ordenha
canalizada, espinha de peixe com 12 unidades de ordenha diretas na tubulação,
extratores automáticos de teteira e válvulas de fechamento automático no
coletor, situado a 1300 m acima do nível do mar;
b) 1 ordenhador;
c) nível de vácuo de
trabalho: 44 kPa;
d) diâmetro da tubulação
de leite: 48,5 mm;
e) consumo de ar em cada
pulsador: 25 l/min;
f) entrada de ar no conjunto
de ordenhas: 10 l/min;
g) fluxo de ar máximo para
cada extrator automático de teteiras: 50 l/min.
A.6.2. Cálculos
De acordo com o item 3.3.1, a
reserva efetiva para a ordenha será:
500 l/min + (12-10) x 10
l/min = 520 l/min
De acordo com a nota 2 do
item 3.2.4, e a fórmula constante de A.2, a demanda de ar para a limpeza a
44 kPa deve ser 498 l/min, para uma tubulação com um diâmetro de 48,5 mm.
Como a altitude para o
sistema é 1300 m, a demanda de ar para limpeza poderia ser ajustada à
pressão atmosférica mais baixa.
A pressão atmosférica a
1300 m é 85 kPa (tabela A.3). A última coluna da tabela A.2 tem que ser
usada, o que fornece, através de interpolação, 886 l/min. Para obter a
vazão necessária para a limpeza, multiplique este valor por (ps
– p) / ps:
qlimpeza = 886 x (85 - 44)/85
l/min = 427 l/min
Se vários medidores ou
extratores automáticos de teteiras são operados simultaneamente, a demanda
total para eles deveria exceder a reserva efetiva ou demanda de ar para
limpeza. Em tais casos, esta demanda deve ser a base para o dimensionamento.
Com um ordenhador, é provável
que não mais que dois extratores automáticos de teteiras sejam operados
simultaneamente, o que fornece uma demanda máxima de 2 x 50 l/min = 100
l/min, o que é inferior à reserva efetiva necessária e, portanto, não
precisa ser levado em consideração.
O consumo de ar para as
unidades de ordenha (entradas de ar e pulsadores) será 12 x (10 + 25) l/min
= 420 l/min. As unidades de ordenha consumirão aproximadamente a mesma
quantidade de ar durante a ordenha e a limpeza.
A demanda total de ar durante
a ordenha será 520 l/min + 420 l/min = 940 l/min (A.4.2).
A demanda total de ar durante
a limpeza será 427 l/min + 420 l/min = 847 l/min (A.4.3).
Neste exemplo, a vazão para
ordenha é a maior e, portanto, a base para o dimensionamento da bomba
(A.4.4).
Perdas no sistema de leite:
10 l/min + (2 x 12) l/min = 34 l/min (A.4.5).
Total: 940 l/min + 34 l/min =
974 l/min.
A eficiência (perda) de
regulagem é 10% da reserva manual. A reserva efetiva era 520 l/min e é
menor do que a reserva manual. Conseqüentemente:
reserva manual = 520 l/min x
100/(100 - 10) = 578 l/min
eficiência (perda) da
regulagem = 578 l/min x 10/100 = 58 l/min
total: 974 l/min + 58 l/min =
1032 l/min
As perdas nas tubulações de
vácuo são iguais a 5% da vazão da bomba (A.4.6), isto é:
perda no sistema de vácuo:
1032 l/min x 5/(100 - 5) = 54 l/min
total: 1032 l/min + 54 l/min
= 1086 l/min
Com a queda de pressão de 3
kPa entre a bomba e o ponto de medição, o nível de vácuo na bomba será:
44 kPa + 3kPa = 47 kPa (8.3).
A correção para altitudes
superiores, em conformidade com a tabela A.3 para a altitude de 1300 m e um
vácuo de 47 kPa, dará um fator H = 1,16, o que dá, para uma pressão
atmosférica de 100 kPa e um nível de vácuo de 50 kPa, uma vazão nominal
da bomba igual a:
1086 l/min x 1,16 = 1260
l/min
Portanto, a vazão nominal mínima
da bomba tem que ser 1260 l/min
ANEXO B
DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO
INTERNO MÍNIMO DAS TUBULAÇÕES DE VÁCUO
B.1. Queda de vácuo em razão
do fluxo de ar em tubos retos e lisos
A queda de pressão, até
aproximadamente 3 kPa, em uma tubulação de vácuo lisa, usualmente em aço
inoxidável, pode ser calculada por meio da fórmula:
Dp
= 27,8l x (q1,75 / d4,75) ....(B.1)
em que:
Dp
= é a queda de pressão no tubo, em kPa;
l = é o comprimento do tubo,
em metros;
q = é o fluxo no tubo, em
litros de ar livre por minuto;
d = é o diâmetro interno do
tubo, em milímetros.
Uma vez que o fluxo no tubo e
a queda de pressão máxima permitida são usualmente conhecidos, esta equação
pode ser escrita da seguinte maneira:
d
= (4,75 Ö
27,8 lq1,75 )
/ Dp
A tabela B.1 fornece os diâmetros
para um único tubo liso, em conformidade com a fórmula B.2, à pressão
atmosférica de 100 kPa e vácuo de 50 kPa. Esta equação é geralmente
usada para dimensionamento da tubulação de vácuo principal.
A tabela B.2 fornece os diâmetros
para tubos lisos em anel, a um vácuo de 50 kPa e pressão atmosférica de
100 kPa, desde que ambas as extremidades estejam conectadas a um tubo com,
no mínimo, o dobro da área de sua seção transversal. A tabela é baseada
na equação B.2, aplicada ao caso de dois tubos de comprimento igual, com o
mesmo fluxo, e considerando que o comprimento total seja a soma dos
comprimentos de cada tubo (ramificação). Os cálculos foram feitos, por
exemplo, com l/2 e q/2. Esta tabela deve ser usada para o dimensionamento da
tubulação de vácuo do pulsador.
Tabela B.1 - Diâmetros mínimos
recomendados para os tubos, projetados para uma queda de 1 kPa de vácuo em
razão do fluxo de ar em tubos retos e lisos
Fluxo de ar
l/min
|
Diâmetro interno mínimo,
mm
|
Comprimento do tubo, m
|
5
|
10
|
15
|
20
|
25
|
30
|
40
|
50
|
60
|
70
|
100
200
300
|
15
20
23
|
18
23
27
|
19
25
29
|
21
27
31
|
22
28
32
|
22
29
34
|
24
31
36
|
25
32
37
|
26
34
39
|
27
35
40
|
400
500
600
|
26
28
30
|
30
32
34
|
32
35
38
|
34
37
40
|
36
39
42
|
37
41
43
|
40
43
46
|
42
45
48
|
43
47
50
|
45
49
52
|
700
800
900
|
32
33
35
|
36
38
40
|
40
42
44
|
42
44
46
|
44
46
48
|
46
48
50
|
49
51
54
|
51
54
56
|
53
56
58
|
55
58
60
|
1000
1200
1400
|
36
38
41
|
42
44
47
|
45
48
51
|
48
51
54
|
50
54
57
|
52
56
59
|
56
60
63
|
58
62
66
|
61
65
69
|
63
67
71
|
1600
1800
2000
|
43
45
46
|
49
52
54
|
54
56
58
|
57
60
62
|
60
63
65
|
62
65
68
|
66
69
72
|
69
72
75
|
72
75
78
|
74
78
81
|
2500
3000
3500
|
50
54
57
|
58
62
66
|
63
68
72
|
67
72
76
|
71
76
80
|
73
79
83
|
78
83
88
|
82
87
93
|
85
91
96
|
88
94
99
|
4000
4500
5000
|
60
63
65
|
69
72
75
|
75
79
82
|
80
84
87
|
84
88
91
|
87
91
95
|
93
97
101
|
97
102
106
|
101
106
110
|
104
109
113
|
5500
6000
6500
7000
|
67
70
72
74
|
78
80
83
85
|
85
88
90
93
|
90
93
96
99
|
94
98
100
103
|
98
101
104
107
|
104
108
111
114
|
109
113
116
119
|
114
117
121
124
|
117
121
125
128
|
NOTAS
1) Como a queda de pressão e o
comprimento do tubo são proporcionais, os diâmetros para as quedas
de pressão de 2 kPa e 3 kPa podem ser calculados usando-se os
valores fornecidos nesta tabela, correspondentes à metade do
comprimento do tubo (para 2 kPa) e a um terço do comprimento do
tubo (para 3 kPa).
2) Comprimentos equivalentes para
entradas e saídas de tanques, curvas e T's devem ser somados ao
comprimento, veja tabela B.5.
|
Tabela B.2 - Diâmetros mínimos
recomendados para os tubos, projetados para uma queda de 1 kPa de vácuo em
razão do fluxo de ar em tubos lisos em anel
Fluxo de ar
l/min
|
Diâmetro interno mínimo,
mm
|
Comprimento do tubo, m
|
40
|
60
|
80
|
100
|
120
|
140
|
160
|
180
|
200
|
220
|
240
|
280
|
100
150
200
|
16
19
21
|
17
20
22
|
18
21
24
|
19
22
25
|
20
23
26
|
21
24
27
|
21
25
28
|
22
25
28
|
22
26
29
|
23
27
29
|
23
27
30
|
24
28
31
|
250
300
350
|
22
24
25
|
24
26
28
|
26
28
29
|
27
29
31
|
28
30
32
|
29
31
33
|
30
32
34
|
31
33
35
|
31
34
36
|
32
34
36
|
33
35
37
|
34
36
38
|
400
450
500
|
27
28
29
|
29
30
31
|
31
32
33
|
32
34
35
|
34
35
36
|
35
36
38
|
36
37
39
|
36
38
40
|
37
39
41
|
38
40
41
|
39
40
42
|
40
42
43
|
550
600
650
|
30
31
32
|
33
34
35
|
35
36
37
|
36
37
39
|
38
39
40
|
39
40
41
|
40
41
43
|
41
42
44
|
42
43
45
|
43
44
46
|
44
45
46
|
45
47
48
|
700
800
900
|
33
34
36
|
36
37
39
|
38
40
41
|
40
42
43
|
41
43
45
|
43
45
47
|
44
46
48
|
45
47
49
|
46
48
50
|
47
49
51
|
48
50
52
|
49
52
54
|
1000
1200
1400
|
37
40
42
|
41
43
46
|
43
46
49
|
45
48
51
|
47
50
53
|
49
52
55
|
50
53
56
|
51
55
58
|
52
56
59
|
53
57
60
|
54
58
62
|
56
60
64
|
1600
1800
2000
|
44
46
48
|
48
50
52
|
51
54
56
|
54
56
58
|
56
58
61
|
59
60
63
|
59
62
64
|
61
64
66
|
62
65
68
|
63
66
69
|
65
67
70
|
67
70
72
|
NOTA: comprimentos equivalentes para
entradas e saídas de tanques, curvas e T's devem ser somados ao
comprimento, veja tabela B.5.
|
B.2. Queda de vácuo devido
ao fluxo de ar em tubos galvanizados retos
A queda de pressão, até
aproximadamente 3 kPa, em tubulações de vácuo galvanizadas, pode ser
calculada por meio da fórmula:
Dp
= 18,74l x (q2 / d5) ....(B.3)
em que:
Dp
= é a queda de pressão no tub/o, em kPa;
l = é o comprimento do tubo,
em metros;
q = é o fluxo no tubo, em
litros de ar livre por minuto;
d = é o diâmetro interno do
tubo, em milímetros.
Uma vez que o fluxo e a queda
de pressão máxima permitida são usualmente conhecidos, esta equação
pode ser escrita da seguinte maneira:
d
= (5 Ö
18,74
lq2 ) / D
A tabela B.3 fornece os diâmetros
para um único tubo galvanizado, em conformidade com a fórmula B.4, à
pressão atmosférica de 100 kPa e vácuo de 50 kPa. Esta equação é
geralmente usada para dimensionamento da tubulação de vácuo principal.
A tabela B.4 fornece os diâmetros
para tubos galvanizados em anel, a um vácuo de 50 kPa e pressão atmosférica
de 100 kPa, desde que ambas as extremidades estejam conectadas a um tubo
com, no mínimo, o dobro da área de sua seção transversal. A tabela é
baseada na equação B.4, aplicada ao caso de dois tubos de comprimento
igual, com o mesmo fluxo, e considerando que o comprimento total seja a soma
dos comprimentos de cada tubo (ramificação). Os cálculos foram feitos,
por exemplo, com l/2 e q/2. Esta tabela deve ser usada para o
dimensionamento da tubulação de vácuo do pulsador.
O diâmetro do tubo obtido a
partir da equação B.4 ou tabelas B.3 e B.4 deve ser aumentado em 5% para
considerar depósitos que possam ocorrer.
Tabela B.3 - Diâmetros mínimos
recomendados para os tubos, projetados para uma queda de 1 kPa de vácuo
devido ao fluxo de ar em tubos galvanizados retos
Fluxo de ar
l/min
|
Diâmetro interno mínimo,
mm
|
Comprimento do tubo, m
|
5
|
10
|
15
|
20
|
25
|
30
|
40
|
50
|
60
|
70
|
100
200
300
|
16
21
24
|
18
24
28
|
19
26
30
|
21
27
32
|
22
28
33
|
22
30
35
|
24
31
37
|
25
33
38
|
26
34
40
|
27
35
41
|
400
500
600
|
27
30
32
|
31
34
37
|
34
37
40
|
36
39
42
|
38
41
44
|
39
43
46
|
41
45
49
|
43
47
51
|
45
49
53
|
46
50
54
|
700
800
900
|
34
36
38
|
39
41
43
|
42
45
47
|
45
47
50
|
47
50
52
|
49
51
54
|
52
54
57
|
54
57
60
|
56
59
62
|
58
61
64
|
1000
1200
1400
|
39
42
45
|
45
49
52
|
49
53
56
|
52
56
59
|
54
58
62
|
56
60
64
|
60
64
68
|
62
67
71
|
65
69
74
|
67
72
76
|
1600
1800
2000
|
47
50
52
|
54
57
60
|
59
62
65
|
63
66
68
|
65
69
72
|
68
71
74
|
72
75
79
|
75
79
82
|
78
82
85
|
80
84
88
|
2500
3000
3500
|
57
61
65
|
65
70
75
|
71
76
81
|
75
80
86
|
78
84
89
|
81
87
93
|
86
92
98
|
90
97
103
|
93
100
107
|
96
103
110
|
4000
4500
5000
|
68
72
75
|
79
82
86
|
85
89
93
|
90
95
99
|
94
99
103
|
98
103
107
|
104
109
113
|
108
114
119
|
112
118
123
|
116
122
127
|
5500
6000
6500
7000
|
78
80
83
86
|
89
92
95
98
|
97
100
104
107
|
103
106
110
113
|
107
111
115
118
|
111
115
119
122
|
118
122
126
130
|
123
128
132
136
|
128
132
137
141
|
132
136
141
145
|
NOTAS
Como a queda de pressão e o
comprimento do tubo são proporcionais, os diâmetros para as quedas
de pressão de 2 kPa e 3 kPa podem ser calculados usando-se os
valores fornecidos nesta tabela, correspondentes à metade do
comprimento do tubo (para 2 kPa) e a um terço do comprimento do
tubo (para 3 kPa).
Comprimentos equivalentes para
entradas e saídas de tanques, curvas e T's devem ser somados ao
comprimento, veja tabela B.5.
|
Tabela B.4 - Diâmetros mínimos
recomendados para os tubos, projetados para uma queda de 1 kPa de vácuo
devido ao fluxo de ar em tubos galvanizados em anel
Fluxo de ar
l/min
|
Diâmetro interno mínimo,
mm
|
Comprimento do tubo, m
|
40
|
60
|
80
|
100
|
120
|
140
|
160
|
180
|
200
|
220
|
240
|
280
|
100
150
200
|
16
19
21
|
17
20
22
|
18
21
24
|
19
22
25
|
20
23
26
|
21
24
27
|
21
25
28
|
22
25
28
|
22
26
29
|
23
27
29
|
23
27
30
|
24
28
31
|
250
300
350
|
23
24
26
|
24
26
28
|
26
28
30
|
27
29
31
|
28
30
32
|
29
31
33
|
30
32
34
|
30
33
35
|
31
34
36
|
32
34
36
|
33
35
37
|
34
36
38
|
400
450
500
|
27
29
30
|
30
31
32
|
31
33
34
|
33
34
36
|
34
36
37
|
35
37
38
|
36
38
39
|
37
39
40
|
38
39
41
|
38
40
42
|
39
41
43
|
40
42
44
|
550
600
650
|
31
32
33
|
34
35
36
|
36
37
38
|
37
38
40
|
39
40
41
|
40
41
42
|
41
42
44
|
42
43
45
|
43
44
46
|
44
45
47
|
44
46
47
|
46
47
49
|
700
800
900
|
34
36
38
|
37
39
41
|
39
41
43
|
41
43
45
|
42
45
47
|
44
46
48
|
45
47
50
|
46
49
51
|
47
50
52
|
48
51
53
|
49
51
54
|
50
53
56
|
1000
1200
1400
|
39
42
45
|
43
46
49
|
45
49
52
|
47
51
54
|
49
53
56
|
50
54
58
|
52
56
59
|
53
57
61
|
54
58
62
|
55
59
63
|
56
60
64
|
58
62
66
|
1600
1800
2000
|
47
50
52
|
51
54
56
|
54
57
60
|
57
60
62
|
59
62
65
|
61
64
67
|
63
66
68
|
64
67
70
|
65
69
72
|
67
70
73
|
68
71
74
|
70
73
77
|
NOTA: comprimentos
equivalentes para entradas e saídas de tanques, curvas e T's devem
ser somados ao comprimento, veja tabela B.5.
|
B.3. Atrito equivalente em
curvas e acessórios
Perdas em curvas e acessórios
tais como curvas, T's, entradas e saídas de tanques podem ser consideradas
como sendo iguais à perda por atrito em um pedaço de tubo reto. Estes
comprimentos de tubo equivalentes devem ser somados ao comprimento total do
tubo quando do cálculo da queda de pressão em uma tubulação de vácuo. A
tabela B.5 fornece comprimentos equivalentes para vários acessórios.
Tabela B.5 - Comprimentos de
tubo equivalentes para vários acessórios
Causa da perda
|
Número de
diâmetros
do tubo
|
Comprimento de tubo
equivalente aproximado, em metros
(m)
|
Diâmetro do tubo, mm
|
38
|
50
|
63
|
75
|
100
|
Curvas
45º agudo
90º raio curto (R/D=0,75)(1)
90º raio médio (R/D=1,8)(1)
|
8 a 10
35 a 40
15 a 20
|
0,3
1,4
0,7
|
0,5
1,8
0,9
|
0,6
2,4
1,1
|
0,8
3,0
1,2
|
0,9
3,6
1,8
|
T's
Fluxo direto
Fluxo lateral (saída)
Fluxo lateral
(entrada)
|
15 a 20
40 a 45
20 a 25
|
0,7
1,6
0,9
|
0,9
2,1
1,1
|
1,1
2,4
1,2
|
1,2
2,7
1,5
|
1,8
4,2
2,2
|
Tanques e depósitos
Redução súbita
Expansão súbita
Aerador, tanque de
distribuição, unidade final (2)
|
20 a 25
40 a 45
60 a 70
|
0,9
1,6
2,5
|
1,1
2,1
3,2
|
1,2
2,4
3,6
|
1,5
2,7
4,2
|
2,2
4,2
6,4
|
1) R/D é o raio
externo interno do joelho, divido pelo diâmetro interno do tubo.
2) Um ponto de expansão
e um ponto de redução.
|
B.4. Exemplos
B.4.1. Tubulação de vácuo
principal
Determinar as dimensões da
tubulação de vácuo entre a unidade final e a bomba de vácuo para o
sistema descrito em A.6.
A taxa nominal de fluxo de ar
para a bomba será, no mínimo, 1260 l/min. A bomba mais próxima disponível
tem uma capacidade nominal de 1400 l/min.
A tubulação de vácuo será
em plástico. A tabela B.1 para tubos lisos deve, portanto, ser usada. O
limite para a queda de vácuo é 2 kPa.
O comprimento da tubulação
de vácuo da bomba até a unidade final é 15 m, constituindo-se de 5 curvas
(90º raio médio), um T e um tanque de distribuição.
A tabela B.1 fornece, para um
comprimento de tubo de 7,5 m (15 m/2, devido à queda de 2 kPa), um diâmetro
de aproximadamente 50 mm.
As curvas, o T e o tanque
restringirão o fluxo de ar de forma similar a um pedaço de tubo reto
(tabela B.5, diâmetro do tubo = 50 mm), tendo um comprimento de 5 x 0,9 + 1
x 0,9 + 1 x 3,2 = 8,6 m.
O comprimento total da tubulação
para fins de avaliação do diâmetro será: 15 m + 8,6 m = 23,6 m.
Reporte-se à tabela B.1 para
um comprimento de 23,6 m/2, que é 11,8 m. A tabela fornece um diâmetro de
aproximadamente 48 mm.
B.4.2. Tubulação de vácuo
do pulsador
Determinar as dimensões de
tubos galvanizados em anel para o sistema descrito em A.6.
Número de pulsadores: 12.
Consumo de ar para cada
pulsador: 25 l/min.
Comprimento da tubulação de
vácuo do pulsador: 40 m.
Consumo total de ar para
pulsadores individuais é: 12 x 25 l/min = 300 l/min
NOTA: quando os conjuntos de
ordenha são controlados de forma que todas as teteiras pulsam juntas, o
fluxo de ar, durante a fase A, deve ser considerado como o consumo de ar
para os pulsadores.
Os extratores automáticos de
teteiras são conectados na mesma tubulação de vácuo. Dois sacadores do
conjunto de ordenha consomem 100 l/min.
Consumo total de ar na tubulação
de vácuo do pulsador: 300 l/min + 100 l/min = 400 l/min.
A tabela B.4 fornece um diâmetro
de tubo de 27 mm.
Quatro curvas fornecem um
comprimento de tubo de aproximadamente: 4 x 0,7m, ou 3m.
NOTA: o novo comprimento de
tubo (43 m) não causará aumento de diâmetro (veja tabela B.4).
Depois de aumentar o diâmetro
em 5% para considerar depósitos que possam restringir o tubo, o diâmetro
da tubulação de vácuo do pulsador deve ser, no mínimo, 29 mm.
ANEXO C
DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO
INTERNO MÍNIMO DAS TUBULAÇÕES DE LEITE
C.1. Geral
O fabricante e o cliente
devem chegar a um acordo com base nas taxas máximas de fluxo de leite, que
se espera do rebanho e no tempo esperado de colocação do conjunto (veja
item C.2), e nos critérios para o fluxo de ar e leite fornecidos no item
C.3 e/ou C.4. O fabricante deve então resumir as condições de projeto e
especificá-las como parte do contrato de compra. Cálculos exemplificados são
fornecidos no item C.5.
O fluxo de leite nas tubulações
muda freqüentemente em virtude da variação no fluxo de leite de animais
individuais e pela interação de múltiplas unidades de ordenha. Em condições
ideais, o leite deve fluir na parte inferior do tubo, deixando um espaço
limpo contínuo acima, que permita a circulação de um maior volume de ar.
Esta condição de fluxo é conhecida como fluxo estratificado. Na prática,
o fluxo varia tipicamente entre fluxo estratificado e fluxo tamponado. O
fluxo tamponado ocorre sempre que tampões de leite preenchem toda a seção
transversal da tubulação de leite.
As condições de fluxo
tamponado quase sempre causam quedas transientes do vácuo na tubulação de
leite, superiores a 2 kPa. Como comparação, um tamponamento constante da
tubulação de leite provavelmente tenha os mesmos efeitos no desempenho da
ordenha e na qualidade do leite que uma elevação na altura da tubulação
de leite de 300 mm a 500 mm, isto é, quanto mais lenta a ordenha, mais a
teteira se solta, em virtude do baixo vácuo médio na teteira e altos
valores do grau de acidez do leite.
O vácuo na tubulação de
leite quase sempre permanece estável dentro de ± 2 kPa do vácuo da
unidade final, sob condições de fluxo estratificado. Portanto, o limite de
desempenho de 2 kPa dado no item 3.9.5 significa essencialmente que o fluxo
estratificado deve ser a condição de fluxo normal na tubulação de leite.
Entende-se por "condição de fluxo normal" condições sem tampões
por, no mínimo, 95% do tempo de ordenha do rebanho. Tampões ocasionais na
tubulação de leite, que são quase inevitáveis na prática, não devem
ser considerados como evidência de uma falha no sistema. O tamponamento
ocasional pode afetar adversamente o desempenho da ordenha, ou aumentar o
risco de mastite somente se a queda transiente no vácuo da tubulação de
leite for suficiente para fazer com que uma ou mais teteiras deslizem ou
caiam. Em virtude dos valores do grau de acidez serem maiores com as condições
de fluxo tamponado, o tamponamento ocasional pode ter um efeito marginal
sobre a qualidade do leite.
Os fatores que influenciam na
capacidade de transporte do leite pela tubulação de leite são:
a) diâmetro: o aumento do diâmetro
interno d tem o maior efeito isolado. A capacidade de transporte potencial
de uma tubulação de leite é proporcional a aproximadamente d5;
b) inclinação: em tubulações
de leite quase horizontais (0,2% a 0,4% de inclinação), o fluxo de leite
é principalmente afetado pelo ar que flui sobre a superfície do leite. O
atrito entre a superfície do ar e do leite faz com que o leite flua devido
à transferência de momento do ar para o leite. Maiores inclinações nas
tubulações de leite aumentam a influência da gravidade como uma força
acionadora adicional, fazendo com que o leite flua. O aumento na inclinação
das tubulações de leite reduz o risco de fluxo tamponado, reduzindo a
profundidade média de enchimento para qualquer determinado fluxo de leite.
Regiões de pouca inclinação
ou "pontos planos" em uma tubulação de leite usualmente reduzem
sua capacidade efetiva de transporte. A probabilidade de tampões na tubulação
de leite é mais influenciada por estes pontos planos do que pela inclinação
geral média, mais ou menos da mesma forma que a força de uma corrente está
limitada à força do elo mais fraco. A inclinação efetiva de uma tubulação
de leite pode ser reduzida por qualquer curva ou outros acessórios que
aumentem o comprimento equivalente desta tubulação. Portanto, pode ser
necessário compensar isto aumentando a inclinação de uma tubulação de
leite na região de quaisquer curvas, especialmente aquelas que estejam
localizadas perto da unidade final, onde tanto o fluxo de leite quanto o
fluxo de ar são maiores;
c) admissão de ar: a taxa de
admissão de ar constante ("uniforme") através dos orifícios de
admissão de ar e as perdas constantes têm uma influência relativamente
menor na formação de tampões, na faixa de 4 l/min a 12 l/min por unidade,
comparada com os efeitos de fluxos de ar intermitentes. A admissão de ar
intermitente ("transiente") tem um efeito marcante no tamponamento
da tubulação de leite, porque a velocidade relativa do ar em relação ao
líquido é o fator dominante que influencia a transição de fluxo
estratificado para fluxo tamponado. A resistência do atrito do ar na superfície
do leite faz com que se formem ondas no leite, o primeiro estágio da formação
de tampões. A admissão de ar transiente induz os tampões a fluxos de ar e
líquido muito menores, comparadas com os efeitos da admissão de ar
uniforme;
d) tubulações de leite em
anel versus fundo cego: os benefícios de fazer uma tubulação de leite em
anel resultam da redução no fluxo de ar em razão da divisão do volume de
ar para cada lado do anel, quando a unidade de ordenha é trocada ou quando
ocorre deslizamento da teteira. O fluxo de ar em cada lado do anel se reduz
porque o ar pode fluir para a unidade final através de ambos os lados do
anel, de acordo com o caminho de fluxo mais fácil;
e) comprimento: quando o
fluxo estratificado é a condição de fluxo normal, não é necessário
fazer correções no comprimento da tubulação de leite. Sob todas as condições,
exceto as mais extremas, o comprimento da tubulação de leite não está
limitando e não é um fator importante para fins de dimensionamento da
tubulação de leite. No entanto, em tubulações de leite quase
horizontais, a transferência de momento do ar para o leite causa uma queda
de vácuo inevitável na fase de ar, de forma que a queda de vácuo na
extremidade mais distante da tubulação de leite seja proporcional ao
comprimento. Portanto, esta queda de vácuo tem que ser usada como um critério
de dimensionamento de tubulações de leite quase horizontais;
f) entrada de leite: as
diretrizes constantes deste anexo se baseiam em estudos experimentais usando
entradas perpendiculares conectadas em intervalos que variam de 500 mm a
2000 mm e montadas acima do diâmetro horizontal da tubulação de leite. O
espaçamento das entradas de leite parece ter apenas uma pequena influência
na capacidade efetiva de transporte do leite nesta faixa. A capacidade
efetiva de uma tubulação de leite teria que ser aumentada marginalmente
pelo uso de entradas de leite oblíquas ou oblíquas tangenciais, montadas
de forma que o leite e o ar entrem na tubulação na direção do fluxo para
a unidade final;
g) outros componentes:
componentes tais como medidores de leite (especialmente os do tipo
enche-e-esvazia) podem influenciar no fluxo instantâneo de leite em uma
tubulação de leite. O projeto e a ação das tomadas de leite podem ter
uma influência marcante na taxa de fluxo instantâneo de ar transiente
admitido, quando a unidade de ordenha é movida de um local para outro. O
comprimento e o diâmetro interno das mangueiras do leite, o diâmetro
interno das mangueiras curtas do leite e o projeto dos coletores afetarão a
quantidade de ar transiente admitida quando os conjuntos de ordenha forem
colocados ou retirados, ou quando as teteiras deslizarem ou caírem.
Estes fatores específicos do
modelo não são tratados neste anexo. Não obstante, eles devem ser
considerados quando do projeto de um sistema de ordenha, de forma a
satisfazer o limite de desempenho de 2 kPa, especialmente quando a taxa máxima
prevista de fluxo de leite (veja item C.2) está próxima do limite superior
para qualquer fluxo de leite e ar projetados (veja itens C.3, C.4 ou C.5).
C.2 Fluxo máximo de leite
previsto nas tubulações de leite
O fluxo máximo de leite pode
ser previsto a partir das curvas típicas do fluxo para animais individuais,
junto com o tempo médio esperado para a colocação dos conjuntos de
ordenha. A tabela C.1 mostra exemplos do fluxo máximo previsto de leite,
para um grupo de vacas com uma taxa média de ordenha máxima média de 4
l/min e 5 l/min por vaca, e unidades conjuntos colocados em intervalos
diferentes.
O modelo para 4 l/min é
baseado nas medidas do fluxo de vacas em rebanhos de Friesia-Holstein, de
alta produtividade na França e nos EUA. Considera-se: um atraso de 30 s na
colocação do conjunto de ordenha para iniciar o período de fluxo máximo;
um período do fluxo máximo de 4 l/min durante 120s, e um tempo médio de
ordenha de 5,5 min por vaca, que corresponde a um fluxo médio de 2,6 l/min.
O modelo para o fluxo máximo
médio mais alto é baseado em 20% das vacas que eram as mais rápidas de
serem ordenhadas nos rebanhos franceses e americanos. A média da taxa de
ordenha máxima foi de 5 l/min por vaca. O limite superior do intervalo de
confiança de 95% para este grupo de vacas de ordenha rápida foi 5,5 l/min
nos rebanhos dos EUA. Apesar dos fluxos máximos médios tenderem a aumentar
levemente com maiores níveis de produção do rebanho, a correlação é
fraca. Os estudos franceses indicam uma associação bem mais forte entre a
alta produção e o aumento na duração do período do fluxo máximo.
Como regra geral, um fluxo máximo
médio de 4 l/min por vaca será suficiente para a maior parte dos rebanhos.
Em rebanhos com produtividade muito alta, ou para rebanhos incomuns de rápida
ordenha, os cálculos devem se basear em um fluxo máximo média de 5 l/min
por vaca. O fluxo máximo médio de vacas em qualquer rebanho pode ser
estimado das seguintes maneiras:
a) o fluxo máximo médio, qmáx,
em litros por minuto, está estreitamente correlacionado (coeficiente de
correlação, r = 0,81) com a taxa de ordenha média q (litros de leite por
vaca divididos pelo tempo de sua ordenha em minutos) de um grupo
representativo de vacas, de acordo com a regressão:
qmáx = 0,2 + 1,5 q;
b) o fluxo máximo médio, qmáx,
em litros por minuto, está estreitamente correlacionado (r = 0,92) com a
quantidade média de leite, V2, em litros, obtida de um grupo
representativo de vacas, nos primeiros dois minutos da ordenha, de acordo
com a regressão:
qmáx = 0,5 x (1 +
V2);
c) o fluxo máximo médio, em
litros por minuto, é numericamente igual à quantidade média de leite, em
litros, obtida de um grupo representativo de vacas, no segundo minuto da
ordenha (r = 0,89).
C.3. Diâmetros mínimos
recomendados para tubulações de leite quase horizontais (0,2% a 0,4% de
inclinação)
Os cálculos a seguir levam
em consideração o diâmetro e o comprimento da tubulação, e fluxos de ar
e leite. O fluxo de leite na tubulação de leite é principalmente devido
ao atrito entre o ar e o leite. As condições de fluxo de ar projetadas se
baseiam apenas na admissão de ar uniforme através dos orifícios de admissão
de ar e nas perdas constantes no sistema de leite. Isto se dá porque é
praticamente impossível evitar tamponamento quando ar transiente flui para
dentro de tubulações de leite quase horizontais de pequeno diâmetro.
O cálculo da capacidade de
transporte do leite é baseado em equações empíricas, que provaram
fornecer condições de fluxo estratificado de leite durante a ordenha
normal, sem admissão de ar transiente. Apesar dos cálculos de fluxo se
basearem em uma tubulação horizontal, uma inclinação de, no mínimo,
0,2% é necessária na prática para garantir a drenagem apropriada da
tubulação.
A queda de vácuo em uma
tubulação de leite horizontal em anel pode ser calculada como se segue:
Dp
= 68000 x (qm2 l / d5)
em que:
Dp
= é a queda de vácuo, em kPa;
qm = é o fluxo do
leite por inclinação, em litros por minuto;
l = é o comprimento do tubo
por inclinação, em metros;
d = é o diâmetro interno do
tubo, em milímetros.
Tabela C.1 - Fluxo máximo de
leite previsto nas tubulações de leite
Máximo de fluxo de
leite¹, l/min
|
Números de unidade
por inclinação²
|
40
|
140
|
164
|
86,5
|
98,5
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
1) Fluxo máximo médio por vaca e
para diferentes intervalos de colocação
2) Os algarismos sublinhados indicam
o fluxo máximo (independente do número de unidades)
|
38
|
136
|
160
|
86,5
|
98,5
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
36
|
132
|
156
|
86,5
|
98,5
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
34
|
123
|
150
|
86,5
|
98,5
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
32
|
120
|
144
|
86,5
|
98,5
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
30
|
114
|
138
|
85
|
97
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
28
|
108
|
132
|
83
|
95
|
44
|
50
|
|
|
|
|
|
|
|
|
26
|
102
|
126
|
81
|
93
|
44
|
50
|
|
|
|
|
|
|
|
|
24
|
96
|
120
|
78
|
90
|
44
|
50
|
31
|
35
|
|
|
|
|
|
|
22
|
88
|
110
|
74
|
86
|
44
|
50
|
31
|
35
|
|
|
|
|
|
|
20
|
80
|
100
|
70
|
82
|
44
|
50
|
31
|
35
|
19
|
22
|
|
|
|
|
18
|
72
|
90
|
66
|
78
|
44
|
50
|
31
|
35
|
19
|
22
|
13,5
|
15,5
|
|
|
16
|
64
|
80
|
60
|
72
|
44
|
50
|
31
|
35
|
19
|
22
|
13,5
|
15,5
|
11
|
13
|
14
|
56
|
70
|
54
|
66
|
42
|
48
|
31
|
35
|
19
|
22
|
13,5
|
15,5
|
11
|
13
|
12
|
48
|
60
|
48
|
60
|
39
|
45
|
31
|
35
|
19
|
22
|
13,5
|
15,5
|
11
|
13
|
10
|
40
|
50
|
40
|
50
|
35
|
41
|
30
|
35
|
19
|
22
|
13,5
|
15,5
|
11
|
13
|
8
|
32
|
40
|
32
|
40
|
30
|
35
|
28
|
33
|
19
|
22
|
13,5
|
15,5
|
11
|
13
|
6
|
24
|
30
|
24
|
30
|
24
|
30
|
23
|
28
|
18
|
21
|
13,5
|
15,5
|
11
|
13
|
4
|
16
|
20
|
16
|
20
|
16
|
20
|
16
|
20
|
15
|
18
|
13
|
15
|
11
|
13
|
2
|
8
|
10
|
8
|
10
|
8
|
10
|
8
|
10
|
8
|
10
|
8
|
10
|
8
|
10
|
Fluxo de Leite¹ l/min
|
4
|
5
|
4
|
5
|
4
|
5
|
4
|
5
|
4
|
5
|
4
|
5
|
4
|
5
|
|
Intervalos de colocação
s
|
5
|
10
|
20
|
30
|
50
|
70
|
90
|
|
NOTAS:
1) A equação C.3 é válida
somente para tubulações de leite em anel. Tubulações de leite em fundo
cego devem sempre ser projetadas para fluxo estratificado, em conformidade
com o item C.4.
2) Um volume constante foi
considerado no cálculo, com a relação de ar livre e fluxo de leite igual
a 6.
O diâmetro mínimo
recomendado para a tubulação de leite pode ser obtido na tabela C.2, junto
com a tabela C.1, dependendo dos fluxos máximos médios esperados de um
determinado rebanho e os tempos esperados de colocação dos conjuntos.
O número máximo de unidades
é calculado com base na tabela C.2 e é dado na tabela C.3 para um
intervalo de colocação de 50 s e fluxo máximo de leite de 4 l/min, e na
tabela C.4 para um intervalo de colocação de 50 s e fluxo máximo de leite
de 5 l /min.
Tabela C.2
Fluxo máximo de leite por
inclinação em uma tubulação de leite em anel, quase horizontal
Diâmetro interno
nominal
mm
|
Fluxo máximo de
leite, l/min
|
Comprimento da tubulação
de leite por inclinação, m
|
5
|
10
|
15
|
20
|
25
|
30
|
40
|
50
|
38
|
21
|
15
|
13
|
11
|
10
|
9
|
8
|
7
|
48,5
|
40
|
28
|
23
|
20
|
18
|
16
|
14
|
13
|
60
|
68
|
48
|
39
|
34
|
30
|
28
|
24
|
21
|
NOTAS
1) Estes valores
correspondem a uma queda de vácuo que não exceda 2 kPa em ordenha
normal, sem admissão de ar transiente.
2) O comprimento do
tubo por inclinação é metade do comprimento total da tubulação
de leite e o fluxo de leite por inclinação é metade da taxa total
de fluxo de leite.
|
Tabela C.3
Número máximo de
unidades por inclinação para tubulações de leite quase horizontais
ou canalizada em estábulo Fluxo máximo de leite de 4 l/min
Diâmetro interno
nominal
mm
|
Número máximo de
unidades
|
Comprimento da tubulação
de leite por inclinação, m
|
20
|
30
|
50
|
38
|
3
|
2
|
1
|
48,5
|
1
(4)
|
4
|
3
|
60
|
1
|
1
(8)
|
1
5
|
1) Um número ilimitado de unidades
de ordenha. Os algarismos em parênteses indicam o número máximo
de unidades a uma tempo de colocação médio de 30 s por inclinação.
|
Tabela C.4
Número máximo de unidades
por inclinação para tubulações de leite quase horizontais ou canalizada
em estábulo-Fluxo máximo de leite de 5 l/min
Diâmetro interno
nominal
mm
|
Número máximo de
unidades
|
Comprimento da tubulação
de leite por inclinação, m
|
20
|
30
|
50
|
38
|
2
|
2
|
1
|
48,5
|
6
|
3
|
2
|
60
|
1 (9)
|
1
(6)
|
7
|
1) Um número ilimitado de unidades
de ordenha. Os algarismos em parênteses indicam o número máximo
de unidades a um tempo de colocação médio de 30 s por inclinação.
|
C.4 Diâmetros mínimos
recomendados para tubulações de leite com inclinações superiores a 0,4%
Os cálculos constantes desta
seção levam em consideração a inclinação da tubulação e sua
configuração (em anel ou em fundo cego). As condições de fluxo de ar
projetadas se baseiam na admissão de ar uniforme de 4 l/min até 12 l/min
através dos orifícios de admissão de ar e nas perdas constantes, mais os
fluxos de ar intermitentes associados com a colocação do conjunto de
ordenha, deslizamento da teteira e retirada do conjunto de ordenha. O fluxo
de leite na tubulação de leite é devido à gravidade e ao atrito entre o
ar e o leite.
Como uma diretriz de projeto,
100 l/min para fluxo de ar intermitente dentro de uma tubulação em fundo
cego, ou 50 l/min por inclinação em uma tubulação de leite em anel, é
uma compensação razoável para deslizamento da teteira e mudança do
conjunto feito para operadores que tomam cuidado para limitar a quantidade
de ar admitido durante a colocação ou retirada do conjunto de ordenha.
Estas compensações devem ser dobradas para os operadores mais típicos,
isto é, 200 l/min de fluxo de ar transiente dentro de tubulações de leite
em fundo cego e 100 l/min por inclinação em tubulações de leite em anel.
O diâmetro mínimo
recomendado para a tubulação de leite pode ser obtido na tabela C.5, junto
com a tabela C.1, dependendo do fluxo máximo médio esperado de um
determinado rebanho com o tempo esperado de colocação do conjunto.
Os números da tabela C.5 se
baseiam em dados experimentais para tubulações com diâmetro interno de
48,5 mm, 73 mm e 98 mm, e inclinações de 0,5%, 1% e 2%. Estes dados foram
usados com o objetivo de se chegar à seguinte equação para prever o fluxo
máximo de leite, com a finalidade de garantir que o fluxo estratificado
seja a condição normal de fluxo durante a ordenha (R² = 0,97).
qm = 8,9 x 10-6
x (sd5 / qat) em que:
qm = é o fluxo do
leite por inclinação, em litros por minuto;
s = é a inclinação, em
porcentagem;
d = é o diâmetro interno do
tubo, em milímetros;
qat = é o fluxo
total de ar por inclinação (admissão de ar uniforme mais transiente), em
litros por minuto.
NOTA: os dados experimentais
se basearam em uma relação de 10 l/min de fluxo de ar uniforme por 4,5
l/min de fluxo de leite por unidade, isto é, uma relação de 2,2 : 1.
Mudanças na relação ar uniforme: leite 1,5 : 1 e 3 : 1 afetou a previsão
de pontos de transição de fluxo em menos de 5%. Para simplificar os cálculos,
portanto, uma relação constante de 2,2 : 1 foi usada para se chegar aos
algarismos constantes da tabela C.5, como se segue:
qat=2,2qm+qt,
em que qt é a
admissão de ar transiente, em litros por minuto.
Substituindo os valores na
equação C.4:
qm(2,2qm+qt)
- 8,9x10-6xsd5= 0qm
qm é então
obtido resolvendo-se a equação quadrática e descartando a resposta
negativa, conforme a equação abaixo:
qm
= 0,23 Ö
(qt2 + 7,8x10-5 sd 5) – 0,23 qt
Tabela C.5 - Fluxo máximo de
leite por inclinação para garantir que o fluxo estratificado seja a condição
normal de fluxo durante a ordenha
Diâmetro interno
nominal da tubulação de leite
mm
|
Fluxo máximo de
leite, l/min
|
Fluxo de ar
transiente, l/min
|
25
|
50
|
100
|
200
|
Inclinação, %
|
Inclinação, %
|
Inclinação, %
|
Inclinação, %
|
0,5
|
1
|
1,5
|
2
|
0,5
|
1
|
1,5
|
2
|
0,5
|
1
|
1,5
|
2
|
0,5
|
1
|
1,5
|
2
|
48,5
|
18
|
28
|
35
|
41
|
15
|
24
|
31
|
37
|
10
|
17
|
24
|
29
|
6
|
11
|
16
|
20
|
60
|
34
|
51
|
63
|
74
|
30
|
46
|
58
|
69
|
23
|
38
|
50
|
60
|
15
|
27
|
37
|
46
|
73
|
59
|
86
|
106
|
124
|
54
|
81
|
101
|
118
|
46
|
72
|
92
|
109
|
34
|
57
|
76
|
92
|
98
|
129
|
185
|
228
|
264
|
124
|
180
|
223
|
259
|
114
|
170
|
212
|
248
|
97
|
151
|
193
|
228
|
As condições de projeto na
tabela C.5 assegurarão que o fluxo estratificado seja a condição normal
de fluxo na tubulação de leite durante, no mínimo, 95% do tempo de
ordenha para o rebanho. No entanto, estes critérios de projeto não evitarão
tampões na tubulação de leite quando o conjunto de ordenha cair ou for
chutado, a não ser que os coletores, com válvulas de fechamento automáticas
e efetivas, sejam usados. A entrada de ar durante uma queda sem válvulas de
fechamento automáticas varia entre 700 l/min e 1400 l/min, dependendo do
tipo da unidade e acessórios, e do comprimento e diâmetro interno da
mangueira do leite. Deste modo, as válvulas de fechamento automáticas no
coletor reduzem, de forma marcante, o risco de tampões, limitando-se o período
de admissão de ar transiente a 1 s ou menos, quando os conjuntos de ordenha
caem ou são colocados.
C.5. Cálculos exemplificados
Alguns exemplos do número máximo
de unidades de ordenha por inclinação, para garantir o fluxo estratificado
para os critérios de projeto selecionados, são fornecidos nas tabelas C.6
a C.9. Com a finalidade de ilustrar como as tabelas são obtidas, considere
o exemplo a seguir para uma sala de ordenha de 12 unidades para um rebanho médio,
com unidades de ordenha acopladas em intervalos de 10 s por inclinação.
A tabela C.1 indica um fluxo
máximo previsto de 24 l/min por inclinação, com 6 unidades em cada
inclinação, para um rebanho com a taxa média de fluxo máximo de 4 l/min
por vaca.
Da tabela C.5, qualquer das
seguintes opções satisfaria os critérios mínimos de projeto fornecidos
no item
C.4.
a) para operadores que
planejavam tomar razoável cuidado quando da colocação dos conjuntos de
ordenha:
- uma tubulação de leite de
48 mm, em anel, com inclinação mínima de 1% (isto é, fluxo de ar
transiente projetada de 100 l/min, que é igual a 50 l/min por inclinação);
- duas tubulações de leite
de 48 mm, em fundo cego, com inclinação mínima de 1,5% (isto é, fluxo de
ar transiente projetada de 200 l/min, que é menor ou igual a 100 l/min por
tubulação de leite).
b) para os operadores típicos:
- uma tubulação de leite de
48 mm, em anel, com inclinação mínima de 1,5% (isto é, fluxo de ar
transiente projetada de 200 l/min, que é igual a 100 l/min por inclinação);
- duas tubulações de leite
de 60 mm, em fundo cego, com inclinação mínima de 1% (isto é, fluxo de
ar transiente projetada menor ou igual a 200 l/min, por tubulação de
leite).
Tabela C.6
Número máximo de unidades
por inclinação para salas de ordenha Tempo de colocação de 10 s e
fluxo máximo de ordenha de 4 l/min por vaca
Diâmetro interno
nominal
mm
|
Número máximo de
unidades
|
Inclinação, %
|
0,5
|
1
|
1,5
|
2
|
a) operador cuidadoso e tubulações
de leite em anel (isto é, limite de projeto de admissão de ar
transiente de 100 l/min para instalações, igual a 50 l/min de
admissão de ar transiente por inclinação)
|
48,5
|
3
|
6
|
7
|
9
|
60
|
7
|
11
|
15
|
19
|
73
|
14
|
26
|
1
(25)
|
1
(31)
|
98
|
1
(33)
|
1
|
1
|
1
|
b) operador cuidadoso e tubulações
de leite em fundo cego ou operadores típicos e tubulações de
leite em anel (isto é, limite de projeto de admissão de ar
transiente de 100 l/min por inclinação)
|
48,5
|
2
|
4
|
6
|
7
|
60
|
5
|
9
|
12
|
16
|
73
|
11
|
21
|
1
(23)
|
1
(28)
|
<T
|